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Ramiro Batista

Política, Comunicação e Escrita Criativa

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O congresso do PT e o problema de falar para dentro em comunicação

5 de junho de 2017 por Ramiro Batista 4 Comentários

O congresso do pT e o problema de falar para dentro em comunicação
Imagens de João Vaccari e José Dirceu, tratados como heróis, mostram desprezo dos líderes pelo que pensa o resto da sociedade (Foto AGPT)

José Dirceu e João Vaccari, os dois líderes petistas mais entranhados nas denúncias da operação Lava Jato, foram de novo destacados como heróis no 6º Congresso Nacional do PT, que aconteceu neste fim de semana em Brasília.

Estavam no imenso painel de fotos que fez tributo a figuras proeminentes de sua história, nos discursos e nos aplausos a cada vez que citados ou exaltados como vítimas do que o partido, de alto a baixo em sua hierarquia, chama de perseguição judicial e midiática.

Como é improvável que seus líderes achem que o congresso do maior e mais polêmico dos partidos nacionais possa ficar restrito a sua paredes, resta considerar que pouco se importam com a repercussão que certos gestos e palavras possam ter na maioria da sociedade fora de suas fileiras.

Não só em fotos e palavras de ordem para esquentar militância.

O partido contra tudo o que está aí tem certo prazer de afrontar a sociedade e suas instituições tradicionais que vem de um cacoete contra as elites desde sua fundação, no início dos 80. Vem de uma confusão, nunca superada, de que seus militantes representam as demandas da sociedade.

O PT é uma agremiação que ainda fala em burguesia e proletariado, defende trabalhadores, negros, mulheres, gays e lésbicas, quilombolas e o que entende como minorias contra a opressão das elites. Defende forte presença do Estado para resolver todos os problemas e nunca usou em seus documentos, como jamais usará, o conceito de livre iniciativa.

O problema é que essas minorias mudaram, o conceito de classe operária morreu nos dicionários de papel e o trabalhador em ascensão não se reconhece mais no retrato que lhe pintaram nessas assembleias. Aliás, ignora que existam essas assembleias e não está nem um pouco preocupado em sindicatos, organização e mobilização.

Lula parece perceber o problema. Abriu o congresso falando exatamente da necessidade de o partido falar para fora. Mas, também ele vítima do cacoete, adentrou por um discurso que melhora mas não varia no tom de confrontar partido e sociedade, o eterno “nós contra eles” que é alavanca de toda sua fala em público.

No intuito de fortalecer o histórico de lutas, seu e do partido com o qual se confunde, repisou a velha conversa dos excluídos no mesmo tipo de confusão de achar que está falando pela maioria. Que embute a mesma gênese do mesmo discurso de 40 anos contra as elites.

Quando anda melhor, seu discurso faz apologia e defesa da consciência política que o PT teve e tem responsabilidade de incutir em cada trabalhador, mulher, negro, gay ou deserdado da sorte. Mas é também uma questão velha, do tempo em que responsabilizar o governo pela disparidade de renda dava bom marketing. Não como hoje, em que cada cidadão ascendente quer vencer pelo esforço individual, abraçar as oportunidades abertas num mundo todo integrado e sem fronteiras.



Meios de comunicação

Está atrasado inclusive em relação à fundação Perseu Abramo, de estudos acadêmicos do próprio partido. Na primeira tentativa séria e corajosa de autocrítica, a fundação fez as perguntas certas numa pesquisa qualitativa para entender porque o trabalhador de periferia votou no tucano João Doria, nas últimas eleições municipais.

Esse trabalhador de que o partido se julgava intérprete acredita no mérito, no valor do esforço individual, em líderes que superam suas dificuldades — seja Doria, seja Lula ou Silvio Santos, três exemplos citados na pesquisa —, não tem o menor interesse em esquerda e direita e acha que o Estado é o grande inimigo.

Muito diferente daquele operário que chegaria ao paraíso se unisse força em sindicatos e em grandes mobilizações como as que Lula tocou há 40 anos, no ABC, em outros tempos, outras crenças, outros meios de comunicação.

Também é muito muito bem informado sobre corrupção e para saber que pessoas como Vaccari e se José Dirceu, se fizeram coisa errada, têm que ser punidas e não elogiadas por isso.

É querer muito que seus líderes obcecados por suas convicções e fechados em seu mundo levassem a sério os resultados da pesquisa. Poderiam ter feito um congresso mais afinado com os novos tempos.



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Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

Reader Interactions

Comentários

  1. Ramiro Batista diz

    6 de junho de 2017 em 19:53

    Oi, Roberto.
    Há que se fazer um bom estudo a respeito. Mas PSDB e PMDB não têm, nunca tiveram, esse poder catalizador que mexe com a psiquê do brasileiro. Nestes, os nomes de seus políticos são mais relevantes do que o partido.

  2. Ramiro Batista diz

    6 de junho de 2017 em 19:50

    Muito bom, Marco.
    Gosto em especial da referência aos que “detém um conhecimento da filosofia”, porque me incomoda sobretudo o prestígio da seita nas universidades. João Pereira Coutinho, na Folha, tem um texto muito esclarecedor sobre a religião do Socialismo, a que essa classe jurou fidelidade e cuja perda ainda não superou.
    Muito obrigado pelo comentário.

  3. Roberto diz

    5 de junho de 2017 em 12:50

    Realmente o PT dispensa comentários, mas para ser imparcial e tentar buscar alguma coisa plausível, me responda o que PSDB do Aécio, PMDB do Temer e outros demais corruptos e bandidos travestidos de políticos.

  4. marco luz diz

    5 de junho de 2017 em 12:02

    O PT não é um partido político. É uma seita.
    Da mesma forma que uma seita, tem seus dogmas e suas verdades. Segue a uma orientação suprema, reconhecida porem não identificável. Seus profetas repetem incessantemente os seus milagres como forma de transformá-los em verdades inquestionáveis. Embora sigam orientação superior, suas decisões são tomadas entre quatro paredes, entre seus líderes. Quem não professa esta religião é chamado de infiel e deve ser convertido ou queimado em praça pública. Possuem um exército e leis próprias para fazer cumprir suas orientações. Como uma seita, contém vários níveis de fiéis: aqueles devotos puros, simples, pobres, que esperam pela redenção, que rezam e choram pelos seus líderes, e recebem migalhas com a promessa de uma vida melhor; aqueles que vêm uma oportunidade de conseguir algum cargo como recompensa pela sua lealdade; aqueles que detém um conhecimento da filosofia e não precisam de nenhuma ajuda, buscam difundir a fé, com esperança real de oportunidade e riqueza para todos, discussões estas que acontecem normalmente em bares ou DCEs de faculdades públicas, ou mesmo no cafezinho nas estatais e finalmente, o alto clero, que mora nos palácios e usufrui da riqueza amealhada nesta cadeia ou mesmo através de conchavos sombrios com os infiéis ricos e poderosos.

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