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Ramiro Batista

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Presidentes custam mais que rainha e valem tanto quanto

21 de maio de 2018 por Ramiro Batista 1 comentário

Presidentes custam mais que rainha e valem tanto quanto
Elizabeth II, custo menor do que o de presidentes e mais eficiência para traduzir a identidade de seu povo (Foto royal.uk)

Isabel Alexandra Maria é chamada de volta de uma missão na África, porque o pai a quem vai substituir no posto, o rei Jorge VI, acaba de morrer.

Basta a notícia chegar por telegrama e tudo muda à volta da menina voluntariosa, diante de quem todos passam a se curvar.

O ponto alto é quando caminha angustiada até os aposentos reais onde está o corpo.

Precisa chorar e esboça o desejo de um abraço da mãe e da avó, mas as duas agora também são súditas que lhe devem obediência e se dobram em reverência protocolar.

A partir daí, na grande série The Crown, sobre a vida de Elizabeth II, tudo me mostra o quanto a realeza inglesa é um fardo para a rainha e todos os que têm a sorte e a desgraça de cair nela.

Como foi com Diana, como foi com todas as plebeias antes dela e como será com Kate Middleton e essa Meghan Markle que acabou de deixar a liberdade lá fora.

Apesar das concessões à mudança dos costumes, mudar para não mudar, ainda se trata de vida de claustro num palácio antiquado, cheio de regras e proibições rígidas de não se exceder em público.

A família real tem que ser, é, o modelo que deve inspirar os ingleses e servir de contraponto à sanha dos políticos.




Daí que é grande simplificação, quase ignorância, dizer que a Monarquia inglesa custa caro e não serve para nada.

Presidentes de repúblicas parlamentaristas, como França, Itália, Portugal ou Canadá, em que o poder é exercido pelo primeiro ministro, poderiam ser acusados do mesmo. Com a agravante de que custam muito mais caro, com seus aparatos, seus vereadores bem pagos, suas eleições milionárias.

A rainha repete o papel dos presidentes em toda democracia: ser o condutor espiritual da nação, em nome de quem fala, em quem os súditos/eleitores depositam suas demandas, esperanças e ilusões. O influenciador do Parlamento a quem compete convencer. Ou, no caso dela, no mínimo, censurar.

Além de gastar muito para manter o aparato das Presidências, com seus séquitos, seus aviões e seus políticos bem pagos, as democracias presidencialistas também escolhem seus reis presidentes a cada quatro anos, a um custo enorme de energia, tempo, dinheiro e muita manipulação.

Nas democracias não parlamentares, como as dos EUA, do Brasil e da Argentina, a coisa é pior.

Além de caras e não terem contrapesos eficientes, que tornam as decisões mais caras ainda, têm eleições selvagens e corrompidas em campanhas à beira de eleger o mais bonito. Suas pequenas margens de votos em favor do vitorioso deixam um país quase sempre dividido e exposto a novas crises.

A Monarquia inglesa cumpre o papel dos presidentes a um custo fixo e sem vestibular/eleições a cada quatro anos. É mantida pela legitimidade popular, que só aumenta, ao contrário da minoria intelectual que lhe torce o nariz.

O filme A Rainha, bonito drama em torno das resistências de Elizabeth II a dar um funeral de princesa a Diana, flagrou o grande momento histórico em que a população, pela primeira vez, ficou contra sua monarca. E somatizou em suas entrelinhas o peso que os ingleses dão a essa representação, o quanto ela serve de contrapeso ao poder civil dos políticos no parlamento.

Só que é sistema irrepetível, inimitável, irreproduzível em outras paragens. As outras 12 monarquias da Europa não têm o mesmo prestígio e não repetem o mesmo padrão.

Há que se ter pelo menos uns mil anos de história e cultura para tentar simulá-la.



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Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

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  1. O fator sudeste para Bolsonaro e a ideia de coesão ainda viva da rainha morta  - Ramiro Batista disse:
    26 de setembro de 2022 às 19:19

    […] Leia: Presidentes custam mais que rainhas e valem tanto quanto […]

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