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Ramiro Batista

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Para entender, à luz de Lula, por que o papa aceitou o big bang

30 de outubro de 2014 por Ramiro Batista Deixe um comentário

Fotos License Commons e EBC
O papa Francisco, o big bang e Lula: a explosão inicial é equivalente à descoberta do Brasil para o criacionismo político (Fotos Commons e EBC)

Em 1658, o cardeal anglicano James Ussher publicou Os Anais do Mundo, com uma conta que 350 anos depois ainda assanha muita cabeça pelo mundo, inclusive a da ex-candidata a presidente da República, Marina Silva.

A de que o mundo começou com Adão e Eva, num domingo, 23 de outubro de 4004 aC. O que lhe daria, descontadas as diferenças entre calendários juliano e gregoriano, 5.973 anos bem completados neste mês.

Para chegar à soma, contou as gerações entre os principais fatos bíblicos:

  • 4004 aC – criação e nascimento de Adão e Eva
  • 2348 aC – Dilúvio
  • 1921 aC – Chamada de Abrahão por Deus
  • 1491 aC – Êxodo do Egito
  • 1012 aC – Fundação do Templo de Salomão
  • 586 aC – Destruição do Templo
  • Ano 4 aC – Nascimento de Jesus

É bem possível que tenha se inspirado a publicar sua obra em meio à necessidade de afirmação da Igreja Católica naquele início de século, em que Galileu Galilei colocara em dúvida a tese central cristã de que a Terra era o centro do universo. Foi processado em 1633 e obrigado a renegar sua crença de que ela girava em torno do sol, e não o contrário.

Como tudo é muito lento na Igreja, talvez sejam necessários outros 350 anos para entender de fato por que o papa Francisco entendeu de admitir enfim o big bang, a explosão primordial que deu origem a tudo, há cerca 15 milhões de anos.

Mesmo com a ressalva de que até o caos não surge sem o dedo de Deus, a afirmação deve ser compreendida no conjunto de suas posições surpreendentes em favor de novos comportamentos – como a homossexualidade e a dissolução da família – num outro tipo de necessidade de afirmação da Igreja perante seu tempo.

De qualquer forma, colocou enfim uma pedra de santo sepulcro nessa crença tão ingênua que ainda hoje insiste ignorar todos os avanços da Ciência e todo o edifício de conhecimento que o homem ergueu para medir a idade das rochas e a evolução da matéria, do nada a seus esforços de sobrevivência evolutiva.

Guardadas as proporções, é mais ou menos equivalente a Lula, pela necessidade de afirmação de seu marketing, ter admitido que o Brasil foi descoberto em 1500.

Como se sabe, tudo o que ele fez e pregou desde que começou a caminhar sobre a Terra como ser político foi para provar que o país começou a partir dele, mais especificamente depois que tomou posse na Presidência da República, em 2002.

Como o cardeal Ussher que precisava renegar Galileu ou o papa Francisco que precisa inserir a Igreja na modernidade, o grande líder espiritual de metade do país precisava convencer-se e ao mundo que o Plano Real, FHC e tudo o que girava na órbita do sol da estabilidade econômica nunca existira.

Acabou de certa forma conseguindo. Pelo menos para boa parte das cabeças que ainda acreditam num tipo de criacionismo político, vai ser preciso mais uns 350 anos para que seus sucessores no vaticano da política acreditem no contrário.

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Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

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