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Ramiro Batista

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O que separa Kéfera de Xuxa, além de 30 anos?

14 de fevereiro de 2016 por Ramiro Batista 2 Comentários

Reprodução Youtube
Kéfera: jeito desbocado e sem frescura de falar de igual para igual com mais de 7,6 milhões de baixinhas

Se você perguntar numa fila de supermercado quem é Kéfera Buchmann, ninguém vai saber.

Há 30 anos atrás, você não precisava perguntar quem é Xuxa. As donas de casa já estariam praguejando antes de qualquer pergunta, entre pepinos e repolhos, contra a modelo de short curtinho e pernas longas considerada meio depravação para as crianças fissuradas diante de nove em cada 10 aparelhos de  TV ligados.

Pois Kéfera é uma espécie de rainha das baixinhas da era da internet, com prestígio, paixão e fidelidade correspondentes entre pré-adolescentes.

Tem mais de 7,6 milhões de seguidores no canal individual brasileiro mais visto do Youtube (13 milhões contando Instagram e Twitter) e está há mais de 20 semanas no topo de todas as listas de livros mais vendidos com sua história de patinha feia que não conseguia namorado.

E as mães dessa nova era acham graça do seu jeito desbocado e sem frescura de falar de paquera e sexualidade com suas filhas.

Tentar entendê-la é sondar o salto quântico no comportamento e nos meios de massificação que separa as duas, de um tempo em que havia um só canal para milhões de telespectadores a outro, em que cada telespectador tem milhões de canais à escolha.

Há muitas respostas que requerem o tratado de que não sou capaz, mas a principal é certamente a da diluição do poder, uma espécie de democratização do mito, característico da internet, que permite a qualquer indivíduo, com as ferramentas certas e baixo custo, transformar sua experiência em autoridade.

Nessa nova era, não cabe o nariz  arrebitado de Xuxa, o seu distanciamento majestático de tiazinha moralista e rainha intocável que descia numa nave estelar sobre o palco para ser admirada à distância. Uma espécie de santidade assexuada cercada de baixinhos eunucos, como disse num artigo clássico Arnaldo Jabor.

A era de Kéfera é a da celebridade que tem gases e compartilha com suas seguidoras grandes e pequenos dilemas existenciais, como o de administrar um desarranjo intestinal no clímax do encontro romântico tão planejado com o paquera, como conta no livro.

Ela não está acima nem distante, não é tia nem irmandade sem sexo. Nem tem súditos.

Está ao lado, pode ser tocada na rua, uma pessoa comum conversando com pessoas comuns, que pode muito bem mandar o fã que pediu um autógrafo tomar naquele lugar. É hilário o quebra-pau com a depiladora que teve um chilique de fã tresloucada quando se viu diante da parte íntima objeto de tantas discussões no vídeo.

Mas que não se a tome como uma maluquete inconsequente.

Kéfera é uma atriz talentosa que atrai por conta da divertida interpretação das situações que descreve, de uma cumplicidade sincera e de uma ética desses tempos em que tudo é permitido, desde que haja honestidade de propósitos. Ela apareceu fazendo sucesso com um vídeo contra o inferno das vuvuzelas na Copa de 2010 e tem entre os mais vistos o de seis meses atrás em que detona a seu jeito a chatice das brigas nas redes sociais.

Se tem uma forma correta de conversar com seu filho ou sua filha sobre a primeira vez, deve ser como a que está no seu papo cabeça de 9:52 minutos e mais de 6,4 milhões de visualizações desde maio. Nem mãe terrorista, nem tiazinha doidinha ou amiga metida a liberal. Uma conversa honesta e responsável sobre a hora certa, cheia, como tudo nela, de humor.

É bom ver para não passar vergonha na fila do mercado quando lhe perguntarem pelo fenômeno.

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Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

Reader Interactions

Comentários

  1. Ramiro Batista diz

    16 de fevereiro de 2016 em 07:26

    Procede, Adriana. Mas duvido que Kéfera dure 30 anos na lembrança. Nesse novo tempo de informação abundante, é tudo muito rapidamente descartado.

  2. Adriana Gomes diz

    15 de fevereiro de 2016 em 08:16

    Pois é Ramiro, agora sei quem é a Kéfera. Já passei vergonha, não numa fila, mas numa rodinha, ao não saber quem era Wesley Safadão. Não está dando tempo de acompanhar a tresloucada mudança do mundo. E olha que eu me esforço muito. Minha internet no cel funciona 24 h.
    Mas para além da mudança vertiginosa, está a descartabilidade das coisas, “a modernidade líquida”, “o amor líquido” de Balm.
    Daqui há trinta anos haverá uma geração pra se lembrar de Kéfera, como hoje há a geração ( chegando nos 40 anos), que se lembra da Xuxa, e ainda se diverte com suas musiquinhas e dancinhas?
    Temo que tais gerações não terão lembranças próprias, afetivas. E torço pra estar errada.
    PS. Minhas lembranças são da Tia Dulce, Clubinho.

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