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Ramiro Batista

Política, Comunicação e Escrita Criativa

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Militância e mais 4 razões que explicam sucesso de O Antagonista

4 de abril de 2016 por Ramiro Batista 3 Comentários

Cinco razões do sucesso de O Antagonista

Neste fim de semana, as revistas Época e Veja deram destaque ao sucesso do site Sensacionalista, descendente de O Planeta Diário, da turma do Casseta & Planeta, na avacalhação do noticiário e de seus personagens:

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Uma brincadeira que não chegava a 3 mil visualizações por mês quando foi criado, em 2009, está com mais de 10 milhões e 2,3 milhões de seguidores.

Nenhuma palavra, porém, como vem fazendo os outros grandes veículos de imprensa, sobre o caso de sucesso muito mais retumbante, em todos os sentidos, de O Antagonista.

Com apenas 1 ano e três meses de vida, atingiu em março 202 milhões de páginas lidas por 6,5 milhões de usuários, que o coloca na segunda posição entre os sites de jornalismo do país, atrás da pioneira Folha de S. Paulo, com seus 280 milhões de views e 20 anos de internet.

É um tipo de esnobada e indicativo de que os cachorros grandes tomam como concorrente — talvez incômodo — um nanico que subverte tudo o que eles acreditavam em estratégia de mercado. 

O site tem apenas três redatores meio repórteres contra seus exércitos de centenas de repórteres, fotógrafos, editores, revisores, pesquisadores, designers e técnicos de informática naquele salão de baias e computadores que se vê no cinema.

Parceria de Mário Sabino, ex-segundo homem da hierarquia da redação de Veja, e Diogo Mainardi, atraiu interesse inicialmente em cima do prestígio do segundo. 

O jornalista iconoclasta da escola de Paulo Francis e Ivan Lessa foi voz isolada das imposturas do governo quando Lula ainda era unanimidade, mas acabou projetado além da coluna da Veja quando o Mensalão fez ver que estava certo.

Jornalismo de clipping

O site recupera o espírito das grandes colunas de notas exclusivas de bastidor, como foi a de Zózimo Barroso do Amaral no JB, um dos maiores índices de leitura dos jornais, que tenta sobreviver em correlatas como Radar de Veja, Ancelmo Góes e Lauro Jardim em O Globo.

Mistura política com um pouco de economia e cultura com a liberdade de, diferente das outras, falar também dos outros jornais, inclusive delas.

Seu sucesso pode ser explicado em grande parte, pela ordem, em:

  1. Design limpo de duas colunas e umas dez notas (sem fotos) de menos de 300 palavras, ágil para carregar e navegar em tablets e smartphones, contra aquela árvore de Natal dos grandes sites de notícias, com mais de 200 chamadas sobre tudo o que se passa na Terra.
  2. Texto curto, afiado, enxuto, corrosivo e não raro irônico para desmontar as imposturas atuais do poder e da imprensa que o retrata, em notas curtas e reinterpretadas do noticiário dos grandes. Um grande clipping comentado em alto nível do que vampiriza dos demais. Um jeito de rede social, como uma fanpage do Facebook.
  3. Os furos que aumentaram com a incorporação do terceiro nome no expediente — Cláudio Dantas, um cavador de fontes com passagem pela IstoÉ — e a competência para interpretar dados dos burocráticos relatórios oficiais.
  4. Foco em Política e no principal do noticiário, sem a dispersão da obrigação de cobrir tudo.
  5. Espírito de militância que coincide com o momento em que mais de 70% da população pensam como eles. O fascínio que exerce em seus fãs parece prova de que correspondem a uma necessidade imediata.

Enfim, leveza e agilidade, traduzidas em texto e design descomplicados, com espírito de clipping e vocação militante, põem à prova a opção grande imprensa.

Nunca uma novidade deixou tão patente sua lerdeza, seu burocratismo e a discutível imparcialidade de seu modelo, incapaz de inovar e mobilizar trabalhando com o mesmo material disponível.

Seus barões sabem naturalmente de seus limites de opinião e de sua necessidade de abrangência para abarcar a totalidade da sociedade e sobreviver além do momento. E devem achar, com alguma razão, que o sucesso do nanico impertinente pode ir só até o dia em que política não estiver na ordem do dia e for satisfeito o desejo de mudança bem específico de sua massa de fiéis.

Mas nunca tiveram tal oportunidade de perceber com tal clareza suas debilidades. E, por ironia, no espelho do seu próprio material que fornece de graça ao nanico vampiro.

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Arquivado em: MÍDIA e PODER Marcados com as tags: análise de mídia, escrever jornalismo, ética jornalística, profissão de jornalista

Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

Reader Interactions

Comentários

  1. Ana Vitoria Novick diz

    4 de abril de 2016 em 16:02

    Antagonistas… Mordam-se mas superam tudo… Como a FALHA DE SP resolveu seguir os 8% que apoia o atual governo, sendo desses, talvez menos de 1% que le jornal, DANÇOU..
    Já os Antagonistas, não só acertou em cheio no jornalismo como informa o que 90% do Brasil interessa – A QUEDA DA ORCRIM.. Cada midia tem o publico que foca!!!
    Parabéns GRANDES ANTAGONISTAS – Somos GIGANTES!!

  2. Mariahc diz

    4 de abril de 2016 em 14:48

    Sim, O Antagonista é o melhor para se ler, rápido e claro e o que é melhor tudo, metem o pau no PT hehe

Trackbacks

  1. Mídia tradicional descobre hegemonia cultural de esquerda 30 anos depois disse:
    5 de setembro de 2021 às 23:20

    […] Leia: Militância e mais 4 razões que explicam o sucesso de O Antagonista […]

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