• Skip to main content
  • Pular para sidebar primária
  • Pular Rodapé

Ramiro Batista

Política, Comunicação e Escrita Criativa

  • MEUS ARTIGOS
    • POLÍTICA & PODER
    • MÍDIA e PODER
    • ESCRITA CRIATIVA
  • MEUS LIVROS
  • MEU SITE
  • MEU CONTATO

Como Kalil em BH, o azarão Trump encarna o mal estar com os políticos

7 de novembro de 2016 por Ramiro Batista 4 Comentários

Como Kalil, o azarão Trump encarna mal estar com os políticos
Trump, como Kalil, o homem errado na hora certa contra o mal estar da civilização (Fotos Divulgação e Agência Brasil)

Se Donald Trump fosse um candidato menos polêmico que Alexandre Kalil, com suas declarações estapafúrdias contra imigrantes e mulheres, sua declaração de renda suspeita e suas promessas um tanto desconectadas da dura complexidade da máquina pública, ele venceria fácil as eleições polarizadas de amanhã contra Hillary Clinton, a João Leite de lá.

A ex primeira dama, senadora e secretária de Estado é a candidata mais preparada segundo o figurino da tradição que contempla aquele tipo de político talhado na vida pública. Fala sobre geopolítica e os limites do administrador público realista numa máquina e num mundo mais complexos do que o vão discurso.

Por isso mesmo, porém, encarna todo cansaço da população com um tipo de gente que não resolve os seus problemas e parece disposta mais que nunca a apostar num outsider que fale sua língua e simplifique as coisas. Como em Belo Horizonte ou nas eleições Brasil afora, prometa mais do que o mesmo.

Não à toa que nos palanques ele vem puxando, com enorme sucesso, o coro “Vamos drenar o pântano de Washington”. Que corresponderia no Brasil a “acabar com a lama de Brasília” ou, em Belo Horizonte, como diria Kalil, “limpar a prefeitura de políticos e apaniguados”.

Hillary tem contra ela apenas o uso mal explicado de seu email pessoal para disparar mensagens de trabalho na Secretaria de Estado. Como João Leite, sobre quem não apareceu denúncia séria mas que acabou incorporando todo o mal estar com uma classe política degradada, ela se afigura por desonesta, pouco confiável, a cada vez que o FBI dá uma entrevista sobre essas apurações.

Donald Trump, como Kalil, é o homem errado na hora certa, que saltou de azarão rejeitado dentro do próprio partido a possível presidente eleito, cavalgando a má vontade contra ela, sua classe e suas mentiras. E, como ele, com um grande talento para culpá-las pela degradação das condições de vida.

Instinto marqueteiro

Há um potente seriado disponível na Netflix, American Crime, que dá boa pista para entender esse mal estar da civilização americana.

A grande Felicity Huffman, uma das mães do seriado Desperate Housewives, encarna toda a angústia do americano branco médio diante da leniência das autoridades de uma pequena cidade de fronteira com o México contra os suspeitos do assassinato de seu filho, seguido do estupro da nora, e os negros e imigrantes na primeira fila de seus suspeitos.

Num ambiente tenso de tolerância velada e relacionamento mal resolvido com a população de negros e imigrantes em sub emprego, ela solta imprecações politicamente incorretas amaldiçoando um país que não sente mais como seu:

— Se fosse o contrário, meu filho tivesse matado um negro, tinha passeata na rua e a polícia estaria fazendo alguma coisa — diz, mais ou menos, a certa altura.

Donald Trump captou como nenhum outro esse mal estar civilizatório de um país que vai amorenando de má vontade, com quase um quarto de votos hispânicos, e vê na imigração o inimigo potencial que ameaça seus empregos, seu padrão de vida e sua segurança.

Com o mesmo talento com que transformou muitos de seus efeitos em características favoráveis, a la Kalil, misturou numa mesma frase racismo, homofobia e intolerância religiosa para atribuir à imigração sem controle parte da culpa pelos atentados terroristas que parecem estar chegando ao país.

E com o instinto marqueteiro de um Kalil ou um João Dória em São Paulo contra os políticos, fez da promessa de construção de um muro na fronteira com o México o ícone para simplificar a ideia de que pode deixar o inimigo lá fora. Que aliás já existe, na forma de uma cerca de ferro monitorada por câmeras e 5 mil homens.

De certa forma, entoa o mal estar da Europa, onde os problemas da imigração potencializados com as mortes de refugiados em alto mar vem abalando as estruturas políticas e provocando reviravoltas como a saída da Inglaterra da Comunidade Européia. E, como naquele tipo raro de alinhamento de planetas, arrasta outros países e continentes.

Sim. O momento Kalil em BH, Brexit na Europa e Trump nos Estados Unidos é reflexo dessa nova ordem, desse mal estar ocidental, que, como sempre, elege um inimigo de fora para acenar com uma falsa tranquilidade dentro de casa.

Posts relacionados

  • Doria, Crivella, Kalil e a falácia dos outsiders em políticaKalil, Doria, Crivella e a falácia dos outsiders em política
  • Nem de direita e nem de esquerda, mundo da era Trum é tribalNem de direita, nem de esquerda, mundo da era Trump é tribal
  • Torcida por Hillary pode explicar fiasco das pesquisas na eleição americanaTorcida por Hillary pode explicar fiasco das pesquisas na eleição americana
  • Sete constatações da mais polarizada eleição americanaSete constatações sobre a mais polarizada eleição americana
  • Voto de protesto não rejeita políticosVoto de protesto à direita pela velha ordem rejeita PT e não políticos
  • Kalil fez tudo certo, João Leite quase tudo erradoKalil fez tudo certo, João Leite quase tudo errado. Simples assim.

Arquivado em: MARKETING POLÍTICO, POLÍTICA & PODER Marcados com as tags: eleição 2016, políticos e candidatos

Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

Reader Interactions

Comentários

  1. ramon diz

    7 de novembro de 2016 em 17:00

    só que Kalil sempre foi político já participou de várias eleições nao como prefeito nem com cargos mas apoiando candidatos se filiando a partidos etc…ele só fingiu que não era político prá tirar esta capa…aliás ele foi o candidato mais esperto que eu já vi…prá evitar discutir políticas públicas…das quais ele não entende nada…ficou só botando o João Leite pra discutir baixaria e o João caiu nessa…baixaria por baixaria…sou mais Kalil

  2. Marcelo Augusto Nogueira de Freitas diz

    7 de novembro de 2016 em 11:07

    Que análise rasa e inconsistente. A Hillary é uma criminosa, traidora e envolvida numa das mais pérfidas conspirações mundiais. Financiada por inimigos do EUA e nunca teve êxito em nenhum dos seus cargos. Sua única vitória foi libertar um pedófilo. Por outro lado, o Trump é um empresário bem sucedido (não um Kalil falido). Muito das mensagens atribuídas ao Trump foram mentiras promovidas pelo establishment mediático e financeiro. Não há nada contra ele (ao contrário do Kalil, que confessou ser ladrão).

  3. lAERTES DUCA diz

    7 de novembro de 2016 em 10:56

    Ainda vamos lamentar muito este prefeito eleito. Sem escrupúlos, falastrão, Vai arrumar confusão para todo lado quando pintar greves de professores, médicos, funcionalismo, etc. E pior; se o povo reclamar vai dizer que não prometeu nada e não tem obrigação. Quem viver verá.

  4. Cristiano Marques diz

    7 de novembro de 2016 em 10:47

    Crivella é o anti isto tudo e foi eleito no Rio.
    Política não é matemática e muito menos receita de bolo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sidebar primária

MAIS LIDOS

Gigante bobo e atrasado, Brasil deveria ter sido dividido em quatro

A Mente Moralista e sete desvantagens do discurso ideológico de Lula

Olavo de Carvalho de saias e à esquerda, Rita Von Hunty é estupenda

Comunicação ficou mais importante que arma e dinheiro para tomar o poder

Militância de direita se consolida e é principal adversário de Lula

Patrono da militância, Freire pode ter inspirado o anti senso crítico

Oratória e mente de Messias explicam poder hipnótico de Hitler

VEJA ARTIGOS DESDE 2010

MEU CANAL NO YOUTUBE

https://www.youtube.com/watch?v=UrQE4D29N3A

VEJA MAIS POSTS EM:

 Facebook Twitter LinkedIn Instagram

Footer

  • ESTE SITE
  • POLÍTICA DE PRIVACIDADE
  • LOJA DE LIVROS
  • MEU CONTATO

Copyright @ 2010-2020 - Ramiro Batista.