• Skip to main content
  • Pular para sidebar primária
  • Pular Rodapé

Ramiro Batista

Política, Comunicação e Escrita Criativa

  • MEUS ARTIGOS
    • POLÍTICA & PODER
    • MÍDIA e PODER
    • ESCRITA CRIATIVA
  • MEUS LIVROS
  • MEU SITE
  • MEU CONTATO

Financiamento público de campanha já existe. Para alguns.

17 de setembro de 2015 por Ramiro Batista Deixe um comentário

 

Foto Divulgação do STF
Sessão do STF que interpretou como inconstitucional as doações de empresas (Foto STF)

O principal argumento contra o financiamento público de campanha, do qual também sou contra, é o fato de ser defendido pelo PT. O partido não teria condições morais de fazê-lo, depois de ter arrancado o que podia das empresas, e por ter sempre se financiado em parte por parcela de contribuição de seus parlamentares e funcionários alocados no serviço público. Não deve ser à toa que o partido comemorou a decisão do Supremo de proibir as doações privadas.

Nunca vi nenhum argumento, porém, contra o fato de que o financiamento público de campanhas já existe, infelizmente. Só que para alguns, contribuindo grave e inconstitucionalmente para o desequilíbrio na disputa.

Vejamos.

O orçamento do Congresso para dar suporte a seus 513 deputados e 81 senadores foi de R$ 8,5 bilhões em 2013. Como dados históricos indicam que as assembleias legislativas dos 26 estados e do distrito federal custam o equivalente para manter seus 1.059 deputados, pode-se estimar em R$ 17 bilhões, em dados de 2013, o custo anual para a manutenção da logística dessas casas e dos 1.653 parlamentares federais e estaduais com seus staffs.

Arredondando-se em R$ 16,5 bilhões, para facilitar as contas, tem-se R$ 66 bilhões em quatro anos. Tomando-se, numa conta conservadora, que metade dos custos dessas casas é para bancar o staff dos gabinetes parlamentares (25 mil funcionários no Congresso) com suas cotas de impressos, correios, telefone, viagens e reembolso de combustível, escritórios e moradia, são R$ 33 bilhões gastos pelo Estado brasileiro para dar estrutura de campanha aos 1.653 candidatos especiais, quase R$ 20 milhões per capita.

Se esse dinheiro tivesse sido distribuído em igualdade de condições e equilíbrio na disputa para os 25 mil candidatos às eleições proporcionais de 2014 (17.785 estaduais e distritais e e 7.018 federais), seria possível destinar pouco mais de R$ 1,3 milhão a cada candidato.

Supondo, numa conta melhor, que esse dinheiro fosse destinado igualmente a 33 partidos, seriam R$ 1 bilhão por partido (três campanhas de Dilma) para garantir 500 campanhas de R$ 2 milhões cada. O que selecionasse melhor seus candidatos poderia fazer, por exemplo, 200 campanhas milionárias de R$ 5 milhões cada. (A conta ficaria muito melhor, claro, com menos partidos.)

Supondo mais do que isso, um mundo ideal. O partido faria campanha para 200 candidatos a R$ 2 milhões cada ou 400 a R$ 1 milhão. Sobrariam R$ 600 milhões para que bancasse os salários de seus deputados e funcionários, dentro do Congresso e das Assembleias, a um gasto médio de R$ 150 milhões por ano, R$ 12,5 milhões por mês. Para um PMDB, que tem 209 deputados e federais, seriam quase R$ 60 mil mensais. Para o PT, que tem 171, R$ 73 mil. O PSDB, com 150, R$ 83 mil.

Uma reforma radical, corajosa e utópica que retirasse esse dinheiro das casas legislativas, não afetaria em nada o seu funcionamento, porque sobraria uma montanha de dinheiro para manter seu corpo técnico e sua logística, e estabeleceria uma competitividade interessante entre e dentro dos partidos.

Nada impede que definissem salários diferentes entre deputados e funcionários, no interesse de seduzir políticos e profissionais mais gabaritados. Se houvesse corrupção de seus dirigentes, ela ficaria mais clara e, claro, prejudicaria os negócios.

Além de não beneficiar qualquer um na disputa, como ocorre hoje, o novo sistema teria o efeito colateral positivo de retirar o elemento político da administração dessas casas.

O que reduziria zonas de conflito entre funcionários efetivos e de recrutamento amplo e abriria caminho para que buscassem uma gestão técnica, de base profissional. Com planos de carreira para seus funcionários estáveis, contratados por concurso, obrigados a bater ponto e a se submeter a avaliações periódicas.

Posts relacionados

  • Novo ET dos debates e estratégia que pode provocar segundo turnoNovo ET dos debates e estratégia que pode provocar segundo turno
  • Bolsonaro tenta à última hora e em vão mudar DNA de encrenqueiroBolsonaro tenta à última hora e em vão mudar DNA de encrenqueiro
  • Treze sacadas do panorama eleitoral a partir da onda de violência política Treze sacadas do panorama eleitoral a partir da onda de violência política 
  • O fator sudeste para Bolsonaro e a ideia de coesão ainda viva da rainha morta O fator sudeste para Bolsonaro e a ideia de coesão ainda viva da rainha morta 
  • Terceira via respira e pode ajudar empurrar eleição para segundo turnoTerceira via respira e pode ajudar empurrar eleição para segundo turno
  • Simone aparece e cresce com firmeza e visão de professora e mãe no JNSimone aparece e cresce com firmeza e visão de professora e mãe no JN

Arquivado em: MARKETING POLÍTICO, POLÍTICA & PODER Marcados com as tags: campanhas eleitorais, políticos e candidatos

Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

Reader Interactions

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sidebar primária

MAIS LIDOS

Gigante bobo e atrasado, Brasil deveria ter sido dividido em quatro

A Mente Moralista e sete desvantagens do discurso ideológico de Lula

Olavo de Carvalho de saias e à esquerda, Rita Von Hunty é estupenda

Comunicação ficou mais importante que arma e dinheiro para tomar o poder

Militância de direita se consolida e é principal adversário de Lula

Patrono da militância, Freire pode ter inspirado o anti senso crítico

Oratória e mente de Messias explicam poder hipnótico de Hitler

VEJA ARTIGOS DESDE 2010

MEU CANAL NO YOUTUBE

https://www.youtube.com/watch?v=UrQE4D29N3A

VEJA MAIS POSTS EM:

 Facebook Twitter LinkedIn Instagram

Footer

  • ESTE SITE
  • POLÍTICA DE PRIVACIDADE
  • LOJA DE LIVROS
  • MEU CONTATO

Copyright @ 2010-2020 - Ramiro Batista.