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Ramiro Batista

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Coronavírus faz filósofos se enganarem de novo sobre o homem

5 de abril de 2020 por Ramiro Batista Deixe um comentário

Coronavírus faz filósofos fantasariem de novo de quem homem mudará

Disparou como aqueles rastilhos de pólvora nas redes sociais o belo texto de Domenico de Masi, publicado no Brasil pela Folha de S. Paulo, sobre o fracasso do nosso modelo de civilização, abatido por um vírus insignificante.

Principal teórico do trabalho em casa com seu best-seller O Ócio Criativo, esse italiano que mora no epicentro turístico do centro de Roma se espanta com o deserto inédito das ruas e de nossas certezas.

Nós, que “até semanas atrás nos sentíamos os senhores do céu e da terra”,

Subitamente nos descobrimos frágeis pigmeus diante da onipotência imaterial de um vírus que, por vias misteriosas, escapou de um morcego chinês para vir matar homens e mulheres em nossas cidades.

Em “Coronavírus anuncia revolução no mode vida que conhecemos”, Folha de S. Paulo;, de 23/3/20.

Ele vê o esgotamento do modelo capitalista sem freios, não apenas no modo de organização do trabalho e da sociedade, mas no mais fundo das relações entre os humanos e destes e com a natureza.

Prevê uma nova ordem humana mais participativa e solidária, na linha de tantos outros pensadores que andam escrevendo ou respondendo, provocados por jornalistas no mundo inteiro.

Como o membro do Instituto Universitário Francês, Michel Maffesoli, para quem a tragédia do coronavírus deixou de forma nunca tão evidente o fracasso dos paradigmas para ele já arcaicos de racionalismo e progresso.

Velho teórico do fim desse conceito de modernidade, em seus livros Apocalipse e A Palavra do Silêncio, vislumbra a partir da quarenta forçada mundial, uma cultura sensível, focada na emoção e no momento presente, onde predominam valores como o compartilhamento e o comunitarismo.

Na França, vemos celebrações e cantos coletivos nas janelas, uma alegria impactante. Essas manifestações nas janelas trazem elementos da pós-modernidade, como o estar-junto, o estar-com. 

Em O Globo, 4/4/20.

Ele tem a tese de que as grandes pandemias foram também grandes fins e grandes recomeços. A peste negra no século XIV foi o fim da Idade Média e o início do Renascimento. A espanhola, o fim da velha Europa.

Na linha dos dois, as redes sociais estão cheias de textos, powerpoints e vídeos bonitinhos sobre a maldade do capitalismo e do poder do novo baque para nos libertar de nós mesmos.

Mas, data venia, como dizem os advogados, não sou tão otimista.

Dinheiro e sobrevivência

Acredito num freio de arrumação que mudará muita coisa, mas só na forma de fazer as coisas.

Vai-se reduzir a quase zero as resistências a trabalho, educação e comércio online, com impacto enorme na movimentação das cidades, na distribuição de competências e riquezas. Mas nada mudará em essência.

As grandes pestes que em diferentes tempos ameaçaram devastar a humanidade, por ação da natureza ou do bicho homem, por germes, armas ou bits, nunca afetaram suas ambições.

Passada a peste negra, as tantas pestes que atacaram a Europa em diferentes séculos, a gripe espanhola, as duas grandes guerras, as várias pequenas guerras no Oriente, o bug do milênio ou o terrorismo, ele continuou a ser o que é.

Em nada mudou também nas pequenas ou grandes pestes do nosso quintal nacional. Desde que aprendi as primeiras letras, vi o país tropeçar em grandes escândalos em que se ouviu que nossos homens públicos nunca mais seriam os mesmos. Até o próximo escândalo.

Porque existe um negócio chamado dinheiro e outro de instinto de sobrevivência, umbilicalmente ligados.

O homem chegou à conclusão por empirismo que o dinheiro é um vírus ótimo, de eficiente mecanismo de sobrevivência. Que, em maiores quantidades, é garantia de sobrevivência não apenas de seu hospedeiro, mas também das pessoas que ama e de conquistas para além dela.

Que conquistar é bom, que ter é ótimo, que resolver os problemas com ele é mais fácil. Seu volume é diretamente proporcional ao tamanho do tempo gasto para resolvê-los. O tempo da solução depende do quanto você está disposto a gastar.

Até com as pandemias. A capacidade de poder mandar comprar equipamentos médicos ou pagar pesquisadores é determinante do tempo que se levará para eliminá-las.

Ainda não existe um dado científico ou uma grande opinião de um grande crítico que prove o contrário. Diante dele, o ser humano relativiza suas necessidades e seus conceitos.

Desafio a quem, diante de uma proposta para trabalhar por R$ 10 mil no governo, sugira apenas R$ 5 mil, em nome da saúde das contas públicas.

Em outro exemplo, imaginemos que você é um jornalista importante e recebe uma proposta de R$ 25 mil mensais da CNN Brasil. Mas pede que lhe paguem apenas R$ 5 mil para não ser injusto com a maioria da sua classe.

A questão do pensamento bonito da solidariedade tende a localizar a ambição fora de seu raio de ação, numa maldade localizada na elite no comando das grandes engrenagens de poder.

Não que ela seja também pequena e inerente a todos os homens de boa vontade ao redor. Para quem o discurso contra a sujeira do dinheiro soa como consolo, mas não convicção.

Donde que o discurso emocional do comunitarismo, do compartilhamento e da solidariedade só dura nos momentos de crise.

E prolifera com mais eficiência entre os que conseguem dinheiro apenas para o sustento. Pouco têm ou pouco sabem sobre como consegui-lo para conquistar mais do que isso.

Desde que existe, o capitalismo é o inimigo ideal para alimentar belos discursos e grandes obras de arte a respeito da exploração do homem pelo homem. Ou da mulher pela mulher, para ser mais moderno.

Como todo grande antagonista, precisa ser pintado com cores fortes para efeitos dramáticos. Sem nenhum traço de generosidade, sem que também tenha suas vantagens, proporcionais a seus males.

Feliz ou infelizmente, a maioria que gosta dele está ocupado em ganhar dinheiro e não em explicá-lo.

Talvez, quem sabe, a coisa mude com o matriarcado, a se considerar que as mulheres avançam para o domínio e sejam diferentes.

Existe muita conversa bonita também de que quem pare um filho não faz guerra. Mas os países que tiveram ou têm mulheres fortes no comando, como Margareth Tratcher ou Angela Merkel, provam que não é bem assim.

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Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

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