Duas coisas a aprender com Cláudia Cruz, Tia Eron e Jandira Feghali

A jornalista Cláudia Cruz resolveu deixar sua bem sucedida carreira de apresentadora de TV para constituir empresa e casamento, apostando suas fichas em uma pessoa, o companheiro Eduardo Cunha.

A professora Eronildes Carvalho, a Tia Eron, deixou sua bem sucedida carreira no magistério para se candidatar a vereadora e depois deputada federal, colocando seu futuro nas mãos dos pastores de sua Igreja e o presidente de seu partido.

A médica Jandira Feghali usou sua bem sucedida carreira como plataforma para sua luta política como sindicalista, deputada estadual e federal, confiando no aumento lento e contínuo de sua base de eleitores.

A grosso modo, olhando de longe, é como se fossem gradações diferentes de dependência para se cavar o futuro.

Cláudia se apoiou em apenas uma pessoa, Tia Eron em algumas e Jandira em muitas.

As três caíram em desgraça na última semana por conta desses laços.

• Cláudia acabou ré da Lava Jato nos contratos cabulosos de seu marido.
• Tia Eron teve que se esconder, talvez pela primeira vez, para não contrariar seus padrinhos na votação da cassação de um aliado deles, por acaso o marido de Cláudia.
• Jandira teve que explicar pedidos de dinheiro a um dos envolvidos na Lava Jato, também por acaso enrolado no pacote de problemas do marido de Cláudia, para buscar o voto dos seus eleitores.

O que se pode aprender com elas, primeiro, talvez, é que convém ficar longe do marido da Cláudia.

Segundo, quanto menos pessoas você depende, menores são seus riscos.

• Cláudia caiu de uma vez só quando seu companheiro caiu em desgraça.
• Tia Eron está se desgastando a médio prazo porque precisa ir administrando seus compromissos aos poucos com os que a apoiaram.
• Jandira pode até vir a cair, mas com o tempo, porque há mais pessoas, muitas, a convencer de sua honestidade, a longo prazo.

É uma tentativa de re-interpretação daquela máxima:

Você pode enganar a alguns por muito tempo, a muitos por algum tempo, mas não todos o tempo todo.

Essas batalhadoras que escolheram caminhos diferentes pelas contingências da vida terão tempos diferentes para se convencerem e aos outros de que erraram.