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Ramiro Batista

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Cinco recursos de novela por trás do sucesso de The Crown

23 de novembro de 2016 por Ramiro Batista Deixe um comentário

Cinco recursos de novela explicam sucesso de The Crown
Claire Foy, o duro aprendizado da heroína sob o peso da instituição que massacra seus sentimentos

Peter Morgan é um craque de dramas históricos.

Escreveu, entre 13 programas de TV,  três peças teatrais e três filmes, as principais referências desse tipo em Hollywood: O Último Rei da Escócia, sobre o ditador de Uganda Idi Amin Dada; A Rainha, em torno do conflito de Elizabeth II com os funerais da princesa Diana; e Frost/Nixon, história do embate da clássica entrevista em que um comediante londrino tira do centro o ex-presidente Nixon.

É um autor de trama e diálogos de alta potência, mas seu sucesso pode ser explicado pelo talento de incorporar recursos de novelão consagrados na arte de arrebatar audiência.

Identifico cinco em The Crown, a belíssima série de 10 episódios da Netflix, toda redonda em direção, cenografia, fotografia, música, figurinos e escalação, mas, principalmente, pelo roteiro:

  1. O aprendizado sentimental do herói, no caso da heroína, que vai da imaturidade à consciência depois de muito sofrimento.
    A jovem Elizabeth II tem que arcar com o peso do reinado com a morte precoce do pai e aprender seus códigos e responsabilidades sozinha, porque se espera que a rainha ungida por Deus já nasça sabendo. É interessante quando pede uma opinião a Winston Churchill (o grande John Lithgow) e ele fica meio horrorizado.
  2. O acesso do leitor/telespectador a um mundo mágico e desconhecido.
    Que mundo desperta mais fascínio do que o de reis e rainhas?
  3. A rivalidade entre irmãos, irmãs no caso.
    Como em toda relação adolescente, a irmã mais nova Margareth sofre nem tanto por não ser a rainha, mas por não ser a preferida do pai. O fato de a irmã mais velha ser a herdeira natural do trono é a grande metáfora para estabelecer o conflito que vai contrapor as duas.
  4. A luta do amor para sobreviver sob o peso das estruturas sociais e institucionais.
    Tem o amor pela irmã e pelo marido, posto a prova a cada vez que precisa contrariar-lhes, suprimir seus sentimentos, em obediência aos códigos e tradições que precisa preservar.
  5. A desmistificação do herói, do mito, da celebridade, colocado como alguém capaz do mesmos sofrimentos e fracassos do leitor/telespectador.
    No fundo, tudo é um grande pano de fundo para contar um conto de fadas da pobre menina que precisa enfrentar todos os conflitos da maturidade, no confronto entre seus desejos e a tradição, neste caso à que dá coerência e estabilidade ao cargo responsável pela ordem no império que já dominou tudo o que havia debaixo do sol.

Um novelão a que só um grande roteirista como Morgan daria ares de entretenimento refinado.

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Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

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