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Ramiro Batista

Política, Comunicação e Escrita Criativa

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Bolsonaro sai ileso e com algum lucro da entrevista no Jornal Nacional

23 de agosto de 2022 por Ramiro Batista Deixe um comentário

Presidente saiu no lucro ao não brigar com os apresentadores, escorregar de questões constrangedoras e divulgar benefícios para a audiência das regiões pobres  

Se tivesse conseguido falar apenas de Auxílio Brasil, Pix e redução do preço dos combustíveis, ao mesmo tempo que se mostrado sereno, sem tomar William Bonner e Renata Vasconcellos como inimigos, Bolsonaro já estaria no lucro na primeira entrevista dos presidenciáveis ao Jornal Nacional.

Conseguiu as três coisas e ainda desconversou com algum talento sobre as questões mais constrangedoras — golpe, pandemia e ambiente —, cortou os entrevistadores quando foi preciso de forma a não mostrar subserviência à emissora que seus fiéis atacam e ainda conseguiu fazer um balancinho do seu governo.

Tudo somado e subtraído, saiu também sem nenhum prejuízo. E numa versão bem melhor da que é conhecido no noticiário. Passou por sereno, calmo, respeitoso.

Poderia ter lucrado um pouco se tivesse tido espaço para delimitar suas diferenças com Lula, falar contra ele e o petismo tudo o que vem falando desde a campanha eleitoral de 2018. Em parte na cola que levou escrita na mão, como revelou o Estado de Minas.

O que todo o seu entorno e toda a sua militância possivelmente esperavam. Mas não houve como enfiar na pauta restrita e ao mesmo tempo cheia do modo JN de entrevista em que os entrevistadores são de fato os protagonistas.

É muito difícil se dar bem nesse modelo, em que os apresentadores jogam pesado como promotores de justiça, cobram juramentos como juízes, falam muito, esclarecem pouco, interrompem quando o assunto começa a render e não deixam espaço para o entrevistado divagar para fora do tema. 

Como em toda entrevista na Globo, sobretudo no horário nobre, o tempo curto para não complicar a cabeça da dona de casa que espera o início da novela é mais importante que qualquer questão que diga respeito aos destinos do país.

É bem possível que todos os candidatos desta semana saiam chamuscados e os dois apresentadores continuem belos e sorridentes. Renata é de longe minha candidata a qualquer coisa.

Se pegarem pesado com Lula como pegaram com Bolsonaro, na quinta-feira, ele também mal terá tempo para ir além das derrapadas de seus governos e das denúncias que enfrentou na Lava Jato. A ordem no jornal parece ser a de lavar roupa suja e consertar o mundo.

Também sairá no lucro se conseguir escorregar de temas espinhosos velhos e recentes — corrupção, aborto e religião, entre outros — e falar sobre uma ou duas propostas de seu discurso recorrente de retomada da bonança de seus governos, sobretudo a paternidade do Bolsa Família.

Auxílio Brasil ou Bolsa Família renovado para valer a partir de dezembro é, enfim, o grande objetivo dos dois ao embarcar nessa nave que chega de forma impactante nos grotões — norte, nordeste e periferias do país afora — menos plugados em internet e mais dependentes de sua programação.

Foi a grande oportunidade de Bolsonaro, mais forte na internet que na mídia tradicional, de falar com os eleitores do adversário nos confins que a internet ainda não devastou, que lhe atribui o Bolsa Família e seu sucedâneo, o Auxílio Brasil.

Será a de Lula, mais forte na memória que na internet, de cristalizar essa ideia na cabeça deles. Não é nada surpreendente que o petista domine e seja de longe a primeira opção onde o poder avassalador das mídias sociais, que o bolsonarismo domina, ainda não chegou.

Os dois devem sair do mesmo tamanho, a depender só dessa audiência e de seu modelo castrador. Vão depender da edição que suas militâncias digitais darão a trechos das entrevistas nas suas redes sociais, de um e outro lado, promovendo ou denegrindo uns aos outros. Já estavam a postos e em guerra desde o fim de semana. 

Ciro Gomes e Simone Tebet, nesta terça e sexta, devem ser os mais beneficiados. Não só porque pouca roupa têm para ser lavada. E do ponto baixo em que estão nas pesquisas, só têm como crescer na medida em que passarem a ficar conhecidos fora da internet.

Têm alguma chance de furar a polarização que os sufoca nas redes sociais e colocar a cabeça pra fora na plateia analógica do JN. Azar para Lula, porque conseguirão mais alguns pontinhos para abater de vez suas pretensões de liquidar a fatura no primeiro turno. 

É insondável o impacto, a depender só delas, como tem dependido. Bolsonaro leva vantagem em tese, porque tem mais articulação, capilaridade, interação e tempo de estrada nas plataformas de mídias sociais, de que usa e abusa bem desde antes da campanha de 2018.

Mas não se sabe a força que possam ter para mudar onde não chegam. Nos grotões onde a Globo, como Lula, ainda de fato manda. E a entrevista dessa segunda-feira pode não ter sido suficiente para modificar a predisposição a respeito dos dois líderes das pesquisas.

> Publicado no Estado de Minas, em 23/8/2022.

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Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

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