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Ramiro Batista

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Aécio não é mais um nome, é uma ideia que todos rejeitam

18 de abril de 2018 por Ramiro Batista Deixe um comentário

Aécio não é um nome, é uma ideia que todos rejeitam
Contradições, envolvimento com desvios e cara de elite ajudam a explicar porque Aécio é unanimidade no ódio nacional (Foto Senado)

Eu já vinha me surpreendendo com a rejeição a Aécio Neves. Ele é muito maior do que Lula no ódio que desperta nas redes sociais que frequento.

A alusão desonesta ao uso de drogas, admitida como verdade na mesma proporção do interesse de Lula por álcool, é o menos pior no julgamento severo de seu caráter, com expressões duras independente de serem preconceituosas.

Pesa que não tem defensores. Ao contrário de Lula, que tem um exército voluntário a postos para contestar qualquer crítica ou linchar seu autor, na proporção quase de um soldado para cada crítico.

Levantamento de ontem do jornal Valor Econômico das postagens no Twitter sobre o julgamento que o tornou réu no STF, terceiro lugar no trending topics mundial, identificou apenas 1% de posts em sua defesa.

É quase uma unanimidade, que parece somar a metade da população que elegeu Dilma Rousseff com a outra metade de quem ele recebeu voto para derrubar Dilma Rousseff na eleição de 2014. Irritou ou decepcionou a ambas, por vários motivos.

Presidente da Câmara dos Deputados, governador e senador por Minas, Aécio Neves foi de fato apresentado ao país na primeira grande oportunidade de sua vida, na eleição em que se afigurou como única alternativa ao modelo PT de governo, depois de outros candidatos serem abatidos pelo caminho sob a máquina corrosiva de João Santana.

Atraiu o ódio absoluto da banda adversária ao delimitar claramente o inimigo, numa estratégia pensada e bem sucedida. De certa forma, simulou, ao inverso, o discurso de divisão de classes que foi a bandeira de uma vida de seus adversários.

Perdeu por margem pequena não por conta de suas estratégias e seu discurso, mas pelo erro tático de escolher um candidato inviável numa campanha equivocada em seu estado.




A atenção que chamara então para seus méritos foi proporcional à que atraiu por seus defeitos. Provocou uma decepção tremenda, irradiada a partir do grande eleitorado de São Paulo, o dono do PIB do país, que apostara nele todas as suas fichas para erradicar o lulismo que o atormentava.

Daí pra frente, foi ampliando a rejeição em ambos os lados, por uma série de opções que hoje as duas bandas têm motivos para odiar. O impeachment de Dilma, de um lado, e a adesão ao governo desmoralizado de Michel Temer, de outro, foram seus primeiros grandes passos para alargar uma decepção que começara na campanha.

Seus esforços posteriores para arrastar um PSDB resistente no apoio a Temer só agravaram seu julgamento, num momento em que as denúncias da Lava Jato passaram a expor que poderia haver interesses menos republicanos na adesão forçada. Queria, antes, apoio da base do governo como salvo conduto para se livrar de eventual pedido de cassação no Senado.

Foi a partir daí que o velho político boa praça, confidente de jornalistas, já então vaiado numa convenção do partido em São Paulo, sumiu das entrevistas e das rodas de conversas no Senado e passou a falar por notas e artigos, a cada dia mais equivocados e sem defesa.

Localizo a maior das decepções da banda que lhe confiou os votos em 2014 na descoberta de que ele bebia da mesma fonte de recursos que condenava em Dilma Rousseff. O sujeito que denunciava a adversária e seu estamento político por ter destruído a Petrobras por corrupção das grandes empreiteiras havia recebido para campanhas, pelos números conhecidos de então, quase o mesmo que ela da Odebrecht.

Inspirou uma impressão de cinismo sem tamanho que as denúncias posteriores, que hoje chegam a oito processos no Supremo e redundou em afastamento do Senado e recebimento da denúncia de ontem, só fizeram aumentar.



Discurso político liberal

Esse tipo de contradição entre o que se prega e o que se cumpre, que explica também a desgraça do PT, é sempre fatal em que se candidata a ter voto. Mas gosto de imaginar que, no caso de Aécio, há uma razão mais funda que vejo como mau sinal.

Precisaria de outro artigo ou talvez um livro para teorizar a respeito, mas resumo que ele acabou como símbolo do que o seu partido representa hoje no imaginário nacional, de uma elite de nariz arrebitado de pouco apreço por questões sociais.

Lula contribuiu em maior parte por isso, desde sua campanha eficiente para desconstruir Fernando Henrique Cardoso (nada havia feito no país para os pobres desde Cabral, como dizia) e tornar o PSDB símbolo de privatização e venda do patrimônio público para encher as burras do empresariado.

Aécio virou meio ícone dessa ideia, não apenas porque encarnou a ideia de filhinho de papai folgado das praias da zona sul do Rio produzido por uma oligarquia de políticos de jeito antigo e negócios com o Estado, mas porque procurou restaurar o discurso liberal de FHC e ampliar o da privatização nas eleições de 2014.

É arriscado que, junto com sua desconstrução, seja feita a de um modelo que é urgente para consertar o país.

Sinais muito ruins nesse sentido vieram da última pesquisa do DataFolha.

Destinada a apurar o impacto da prisão de Lula nas intenções de voto e o destino de sua herança política, acabou por revelar uma forte inclinação da população por candidatos de claro viés intervencionista, de pouca simpatia por reformas urgentes para limpar o Estado de seus excessos e liberar o país para crescer.

A começar de Joaquim Barbosa, principal novidade da pesquisa, um eleitor de Lula assumido que rejeita a reforma da Previdência. Os outros dois principais herdeiros do ex-presidente e líder das intenções de voto, na manifestação espontânea e por enquanto impensada do eleitor, Marina Silva e Ciro Gomes, são dois centro esquerda de muito poucas convicções liberais e apóstolos devotos do papel fracassado do Estado para consertar as coisas.

Se a eleição não caminhar para um candidato de linha dura em economia, empreendedor, disposto a consertar a contabilidade financeira do Estado e reformular a fundo a máquina pública, vamos continuar capengando e brigando em redes sociais por anos a fio.

Tomara que os candidatos da centro direita — Álvaro Dias, Geraldo Alckmin, Flávio Rocha, Henrique Meirelles, João Amoedo, Paulo Rabello de Castro —, desmoralizados com taxas irrisórias na pesquisa, cresçam e apareçam para melhorar as opções.

Que continuem o discurso que Aécio começou em 2014 e prejudicou com seu comportamento errático.



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Arquivado em: MARKETING POLÍTICO, POLÍTICA & PODER Marcados com as tags: eleição 2018, escândalos políticos, políticos e candidatos

Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

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