• Skip to main content
  • Pular para sidebar primária
  • Pular Rodapé

Ramiro Batista

Política, Comunicação e Escrita Criativa

  • MEUS ARTIGOS
    • POLÍTICA & PODER
    • MÍDIA e PODER
    • ESCRITA CRIATIVA
  • MEUS LIVROS
  • MEU SITE
  • MEU CONTATO

Bala, boi e bíblia puxam palanque mais eleitoral que golpista do feriado

7 de setembro de 2021 por Ramiro Batista Deixe um comentário

Frentes fiéis a Bolsonaro vão às ruas menos por tentação de golpe do que por campanha eleitoral para evitar vitória de Lula e suas pautas na eleição de 2022

De sábado para cá, mais especificamente, a movimentação de Jair Bolsonaro e de suas lideranças na preparação dos  atos de Sete de Setembro  deu sinal de que se trata mais de um caso de marketing eleitoral do que de golpe contra o regime. 

 As caravanas de todo o país são puxadas por candidatos às eleições do ano que vem, políticos e youtubers interessados em selfies, financiadores das bancadas temáticas principais que dão apoio a Bolsonaro no Congresso.

Que ficaram conhecidas, com alta carga de preconceito, de Bala, Boi e Bíblia, para designar, não só as corporações militares, o agronegócio e os evangélicos, mas uma base fiel que é cara, corpo e mente do seu ídolo.

É esse  grupo que puxou sua eleição  e o segura nas horas de aperto no Congresso, aferrado menos no que ele pode lhes dar do que pode evitar, o lulopetismo, do qual os três grupos têm ojeriza incontornável.

Pelo menos dentro do bolsonarismo, em que está a maioria, são mais à direita e avessos à pauta de esquerda do petismo a que atribuem a demonização de seu trabalho, sua propriedade e seus valores.

As PMs têm trauma da defesa dos direitos humanos em favor dos criminosos. Os proprietários de terras, das invasões do MST. Os fiéis, da relativização dos valores de família. 

A seu jeito simplificador e muitas vezes entorpecido de preconceito, mas de alta eficiência, Bolsonaro conseguiu despertar neles esse ódio mal adormecido.

Mais que isso, expandir para o grosso da sociedade a ideia de que a esquerda fiel ao lulismo é a culpada pela relativização moral que ampliou a sensação geral de insegurança e desagregação familiar, nas ruas, na fazenda, nas escolas ou dentro de casa.

Ao convocá-los para as ruas nesse 7 de Setembro, em todas as oportunidades que pôde no último mês, ele está dizendo mais do mesmo.

Centrado com inteligência intuitiva  num inimigo comum , o STF (já foi o Congresso, até cooptar o Centrão), que estaria o impedindo de fazer o que deve ser feito para restaurar a segurança e a moral da família brasileira.

Sobre esse tripé, ele arregimenta uma larga faixa da sociedade, afinada no mesmo diapasão, que explica o arrastão que leva atrás desse trio elétrico, neste feriado, caminhoneiros, pequenos empresários, youtubers de sua tropa também afinada nas redes sociais, homens e mulheres do espectro conservador.

Para todos eles, ainda não importa a falta de convergência entre o que ele acredita e o que defende. Continua apostando nele, a despeito de não ter cumprido a maior parte de sua pauta de campanha, do liberalismo ao combate à corrupção, que atribui à obstrução dos outros poderes.

Teve muito disso também. Do boicote real do primeiro presidente da Câmara Rodrigo Maia, no primeiro ano e meio de governo, pré Centrão. Da má vontade do STF que lhe impingiu uma decisão desfavorável por semana desde a posse (136) segundo levantamento recente. Da marcação cerrada da imprensa. 

Mas teve, sobretudo, ele mesmo. Muito do seu desastre, como se sabe, decorreu de seus erros colossais na condução da pandemia, da sua falta de habilidade para convencer e congregar, de sua falta de filtro para fazer inimigos semanais. 

Como que, apesar de tudo, provoca tanta paixão e adesão que as motociatas gigantescas atestam e devem ser comprovadas nos atos desta terça-feira, é mistério a ser desvendado por pesquisadores e jornalistas dispostos a olhar com humildade para o fenômeno.

Não cair na facilidade de acusá-lo de manipulação, que é o mais comum em quase tudo que se lê a seu respeito e das multidões que arrasta. Ou no preconceito de ser seguido por uma turba inculta, o  “gado”, a que políticos e alguns analistas arriscam por preguiça de pesquisar e argumentar melhor.

Minha humilde contribuição ao estudo, produto de minha observação ao redor, sem base científica e predisposição, é que ele sugere um tipo de autenticidade pessoal, no jeito tosco e sem filtro que o diferencia muito do padrão estabelecido pelos políticos.

O da dissimulação que é uma segunda natureza da raça, como na frase de Millôr Fernandes que gosto de repetir: “por mais hábil que seja, o político acaba cometendo alguma sinceridade”.

E o tipo de honestidade clássica, outra matéria prima rara no panorama político brasileiro, que seus obstinados relacionam certamente ao mesmo estilo pessoal de brucutu. E não necessariamente às evidências do que ele fez no verão passado.

Para essa massa de proporções que pesquisas eleitorais, acadêmicas ou jornalísticas ainda não apuraram devidamente, os deslizes do seu entorno familiar, das rachadinhas comprovadas em seus gabinetes parlamentares, são roubo de merenda em convento perto do que se ficou sabendo a respeito de seu principal adversário nas eleições do ano que vem.

Vão para as ruas sem culpa a esse respeito, mais preocupados com crenças do que com corrupção. As crenças do adversário, sobretudo. Estão naquela situação em que, independentemente do que seu mito possa dizer, provar ou comprovar, o que está em jogo é  o que evitar  na próxima eleição.

Não descarto os riscos embutidos em alguma provocação que possa degenerar para tumultos que sirvam de motivo para se acusar a direita de golpe ou a esquerda, também nas ruas, de sabotagem.

Que não devem ser debitados à conta da maioria, porque não é estratégico a nenhum dos dois lados dar motivos. Golpe? Não vejo espaço e nem clima além do noticiário.

Para Bolsonaro, já tendo conseguido a mobilização que conseguiu e o apoio com que pode contar eleitoralmente, também não é estratégico. 

>Publicado no Estado de Minas, em 7/9/2021

Posts relacionados

  • Cenário de fome favorece Lula e pauta de costumes já não ajuda BolsonaroCenário de fome favorece Lula e pauta de costumes já não ajuda Bolsonaro
  • Jovens não devem “pagar pau” para tudo o que Lula diz na aula do PodpahJovens não devem “pagar pau” para tudo o que Lula diz na aula do Podpah
  • Aliança de Lula com Alckmin sinaliza muito e favorece pouco a ambosAliança de Lula com Alckmin sinaliza muito e favorece pouco a ambos
  • Como ficam os 5 principais candidatos diante da polarização Ciro/MoroComo ficam os 5 principais candidatos diante da polarização Ciro/Moro
  • Entrada de Sergio Moro estreita as margens e a zona de conforto de LulaEntrada de Sergio Moro estreita as margens e a zona de conforto de Lula
  • Bolsonaristas e lulistas transformam Sérgio Moro em terceira via realBolsonaristas e lulistas transformam Sérgio Moro em terceira via real

Arquivado em: MEUS ARTIGOS, POLÍTICA & PODER Marcados com as tags: campanhas eleitorais, discurso político, eleição 2022, marketing eleitoral, políticos e candidatos

Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

Reader Interactions

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sidebar primária

MAIS LIDOS

Gigante bobo e atrasado, Brasil deveria ter sido dividido em quatro

A Mente Moralista e sete desvantagens do discurso ideológico de Lula

Olavo de Carvalho de saias e à esquerda, Rita Von Hunty é estupenda

Comunicação ficou mais importante que arma e dinheiro para tomar o poder

Militância de direita se consolida e é principal adversário de Lula

Patrono da militância, Freire pode ter inspirado o anti senso crítico

Oratória e mente de Messias explicam poder hipnótico de Hitler

VEJA ARTIGOS DESDE 2010

MEU CANAL NO YOUTUBE

https://www.youtube.com/watch?v=UrQE4D29N3A

VEJA MAIS POSTS EM:

 Facebook Twitter LinkedIn Instagram

Footer

  • ESTE SITE
  • POLÍTICA DE PRIVACIDADE
  • LOJA DE LIVROS
  • MEU CONTATO

Copyright @ 2010-2020 - Ramiro Batista.