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Ramiro Batista

Política, Comunicação e Escrita Criativa

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Sete panes de comunicação no avião eleitoral de Aécio Neves

4 de setembro de 2014 por Ramiro Batista 5 Comentários

Foto Agência Brasil
Cara, cara e jeito de político, Aécio foi bem de bastidores, fez grandes articulações, mas mergulhou de bico quando veio à luz da opinião pública (Foto Agência Brasil)

O mergulho do avião de Eduardo Campos afundou o chão de Aécio Neves e lhe deu boa justificativa para explicar seu infortúnio eleitoral.

Mas, à medida que vão ficando claras suas posturas, suas estratégia de campanha e as reações da opinião pública à sua imagem, percebe-se que não teria fôlego para se oferecer como alternativa a Dilma Roussef.

Não só por azar. Mas por problemas de forma, conteúdo, vacilações, escolhas erradas ou simples inadequação à nova ordem política.

1. Por uma contingência que não depende dele, tem cara de político, gestos de político, conteúdo de político. É o único que num debate chama um concorrente homem de “meu caro amigo”. Como ele próprio deveria saber, desde que começou a eleger postes – Anastasia, Dilma e Haddad -, a sociedade não quer saber mais de político em cargo majoritário.

2. Tem um discurso genérico e inacessível para a maioria: diminuir o Estado para gastar mais com pessoas, previsibilidade dos contratos, gestão com eficiência, aparelhamento do Estado e recessão. Deveria se lembrar de Lula e suas metáforas futebolísticas, biológicas ou sociológicas de botequim: “quando o jogador tá ruim, você tem que tirar”, “o sujeito tem que chegar em casa, tirar a tampa da panela e saber que vai ter alguma coisa para comer”, “a madame olha pra empregada e vê que ela tem um celular igual ao dela”. Lula jamais falaria de recessão e garantia de contratos.

3. Recuou no discurso que estava dando certo, de acabar com a era PT. Ele havia atingido uma grossa parte da sociedade que não gosta do modelo PT de aparelhar o Estado, apoiar invasões, ideologizar até livro didático e peitar instituições como o STF, a ponto de recolher doações para pagar a pena de condenados. Possivelmente por receio de parecer de direita, por orientação de manqueteiro, pela ilusão de ter apoio futuro do PT em alguma região ou – bem a seu jeito Tancredo Neves de ser – não melindrar algum amigo do partido, como Fernando Pimentel em Minas.

4. Quando inseguro em seu discurso liberal, procurou assumir o discurso social das candidatas da ponta – Dilma Roussef e Marina Silva – ao invés de mostrar sua diferença em relação a elas. O que, no caso, seria a vinculação figadal de ambas com o PT que se propôs a combater. Dilma e Marina conteriam os excessos inconstitucionais do partido?

5. Fez escolhas discutíveis, como um político – e  velho – como Pimenta da Veiga para vender uma promessa de modernidade em Minas, tentar censurar o Google e convocar uma coletiva fora de hora para comunicar que não renunciaria (imagine que um restaurante convocasse uma coletiva para informar que não estava falindo).

6. No desespero, saltou do duelo com Dilma para o duelo com Marina, desconsiderando sua potência, suas afinidades e suas possibilidades de aliança no segundo turno. Por tudo, por sua história e seu discurso inicial, teria que continuar focando a desconstrução de Dilma. Por que não tentar tomar-lhe o segundo lugar?

7. A nova ordem política tem 54% de classe C, quase 120 milhões, que não quer saber de previsibilidade econômica, responsabilidade fiscal ou garantia de contratos. Essa massa ascendente que compra televisão de LED, geladeira de aço escovado e carro 1.0 a longas prestações não quer entender discurso econômico e acha que Dilma traiu o que o paizão Lula conquistou. E acha que Marina pode ser o novo Lula de saias.

Tudo somado e olhando em retrospectiva, fica claro que ele era bom mesmo é de bastidores. Costurou alianças regionais importantes no nordeste, comeu pelas bordas em alguns estados o PSB de Eduardo Campos, dobrou o PSDB de São Paulo, José Serra incluído, e rachou no meio o PMDB do Rio de Janeiro. Fora dos partidos, construiu uma boa rede de simpatias entre artistas e jornalistas da grande imprensa.

Mas quando teve que vir à luz da opinião pública e interagir com a cara sem rosto da multidão, cada vez mais complexa, mergulhou de bico como um Cessna que faz a curva muito fechada, de flaps recolhidos, para voltar ao solo.

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Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

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Comentários

  1. Ramiro diz

    6 de setembro de 2014 em 08:52

    Obrigado, Gerson. Você também escreve bem. E é sempre muito antenado.

  2. Ramiro diz

    6 de setembro de 2014 em 08:51

    Também acho que ele perdeu o avião da história ao evitar mostrar que o PT está nu.

  3. Ulisses Schemes da Silva diz

    5 de setembro de 2014 em 16:09

    Pois é, posto os erros de condução conclui-se que é meramente falta de tato ou um grande acordo para se manter tudo como esta, pois eu aqui comigo penso no Aécio como uma saída desse modo pt de conduzir nossas vidas, estou farto de cuba – petrobrás- venezula entre outros.

    E ai cavalheiros, qual o caminho a seguir ou vamos ficar todos esperando o desfecho da tragédia?

  4. Gerson diz

    4 de setembro de 2014 em 21:15

    Realmente, este comentário é muitíssimo esclarecedor. Concordo com todos pontos, sendo que, em alguns deles eu já pensava, sem contudo, escrevê-los com tanta propriedade

  5. Gerson diz

    4 de setembro de 2014 em 18:24

    Excelente comentário. O Ramiro tocou no ponto certo. Digno de todos elogios

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