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Ramiro Batista

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Macacos e Homens se igualam no roteiro de O Confronto

30 de julho de 2014 por Ramiro Batista Deixe um comentário

Foto Divulgação
Macaco não mata macaco, mas César vai descobrir nesse filme menos maniqueísta e mais generoso com a raça humana que eles podem não ser melhores

O primeiro O Planeta dos Macacos, de 1968, inspirado no livro do francês Pierre Boulle, teve a sacada de discutir se o homem era mais inteligente que o macaco.

O mundo futuro, em que os humanos eram caçados e aprisionados como os símios hoje, era uma bela especulação sobre a imbecilidade de uma raça que, pouco mais de 20 anos depois da maior de todas as guerras, estava de novo atolado até o pescoço no inferno sem fim do Vietnã.

O Planeta dos Macacos – A Origem, além da boa sacada de especular como aqueles macacões chegaram onde chegaram, fizeram a boa crítica de que, do jeito que a raça vai em seu instinto autodestrutivo, só pode chegar à extinção e ser dominada por organismos mais resistentes.

Esse terceiro O Confronto (Dawn of The Planet of the Apes) tem a sagacidade de se colocar num estágio intermediário, entre a origem e aquele estágio consolidado futuro, num embate feroz em que se expõe as armas e as fragilidades de cada lado.

Tem a inteligência comercial de deixar uma porta aberta para mais uma continuação e uma tremenda sensibilidade para ligar as duas pontas. Remete à origem e esboça o futuro para encontrar um interessante ponto de equilíbrio contra o maniqueísmo dos outros dois.

Sim, o terceiro filme dessa linhagem, mais generoso, expõe pela primeira vez que os macacos podem não ser melhores que os homens.

O mal não está só de um lado

O líder César – interpretação do ator inglês Andy Serkis mais cheia de nuances que as dos atores sem máscara – tem o lema de que que “macaco não mata macaco” na comunidade pacífica que lidera na floresta em que se refugiaram dos experimentos humanos do filme anterior.

É um diplomata, algumas vezes superior moralmente aos homens que aparecem por lá com a urgência de consertar uma usina. Localizada na  reserva, é a única capaz de restabelecer a energia para salvar o que restou da raça humana nos escombros da cidade de San Francisco.

A maioria de seus liderados acha que ele faz uma concessão suicida. Vai dar aos humanos os recursos de que precisam para restabelecer a força e destruí-los. Homens, como eles sabem, não prestam.

– Eles estão desesperados – César contemporiza. – Se não deixarmos entrar, eles nos atacam. Podemos vencer, mas morrerão muitos de nós.

O confronto não é o que aparenta

A tensão levará ao confronto do título. Que não se dá – vai-se descobrir – em sua carga emocional mais densa entre macacos e humanos, mas entre o líder e seu principal antagonista na tribo, Koba.

O macaco maltratado em experiências humanas no filme anterior e salvo por César é uma usina de rancor e vai precipitar uma guerra que não interessa a nenhum dos lados.

No vai e vem, César tem tempo para se aproximar de humanos bons que inclusive lhe salvam a mulher doente e se convencer de que o mal pode não estar só de um lado:

– Achava que os macacos fossem melhores do que os homens. Agora, vejo que podem ser piores.

Foto Divulgação
O macaquinho liga os pontos em comum das duas raças

Basta isso para recomendar esse libelo suave sobre as limitações humanas nesses tempos de guerra sem solução à vista na Palestina. Sem nem precisar elogiar o roteiro cristalino e a direção enxuta.

O diretor Matt Reeves e os roteiristas Amanda Silver, Rick Jaffa e Mark Bomback (os dois primeiros de A Origem) misturam tensão e delicadeza – preste atenção na cena do macaquinho que liga as duas raças numa cena comovente –  e cuidam de deixar muito claro o que só aparenta uma luta do bem contra o mal.

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Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

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