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Ramiro Batista

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O que aprender com House of Cards e outros homens maus das séries americanas?

26 de fevereiro de 2014 por Ramiro Batista Deixe um comentário

Frank UnderwoodFrank Underwood, o congressista inescrupuloso que manipula todo mundo em House of Cards, série preferida da presidente Dilma Roussef, é de uma linhagem de grandes homens maus das séries americanas, que ensina muito sobre como anti-heróis também podem ser muito excitantes.

Pode-se dizer que ela começa em:

– Tony Soprano, o mafioso que mata e manda matar em Família Soprano.

Passa por:

– Nucky Thompson, prefeito e chefe do crime organizado na Atlantic City dos anos 20, em Boardwalk Empire.

E chega a:

– Walter White, um pacato professor de química que resolve fabricar e traficar drogas para deixar dinheiro para família, assim que se descobre com uma doença terminal, em Breaking Bad.

O que eles têm em comum? O fato de estarem na meia-idade e numa crise em que precisam dar a última guinada na vida, antes que seja tarde.

Maduros e insatisfeitos, têm pleno domínio do que é preciso ser feito, mesmo sendo errado, e não temem correr riscos ou têm até certo prazer neles. E como todo mafioso que se preza, fazem o que pode para garantir a paz e o futuro da família.

nucky_thompson
Nuky Thompson, de Boardwalk Empire: “Se você quer ser um gangster na minha cidade, você precisa pagar pelo privilégio.”

Num ótimo artigo sobre eles para a revista Época, Danilo Venticinque lista outros quatro com a mesma pegada e diferentes graus de maldade:

– Gregory House, o médico irascível e viciado em drogas de House, que não vê muito sentido no trabalho de salvar vidas;

– Dexter Morgan, o investigador policial de Dexter, que mata em série assassinos não alcançados pela Justiça;

– Rick Grimes, o xerife de Walking Dead que vai perdendo a humanidade à medida que lidera um grupo de sobreviventes a uma epidemia de zumbis; e

– Don Draper, o publicitário brilhante de Mad Men, mulherengo e autoritário, de ar entediado e uma preguiça enorme com tudo.

Também em comum têm o fato de que são amados pelos telespectadores. E entender por quê é a razão do artigo de Venticiquine.

Inebriado pelos 54 episódios de Breaking Bad, que consumiu numa enfiada, ele só deu pause para para trabalhar, comer e ir ao banheiro, num tipo de vício que vem se tornando cada vez mais comum depois da possibilidade de se ver tudo de uma vez nos sites de filmes sob demanda, como o Netflix.

Por quê? Ele alinha três dos principais motivos:

– a necessidade humana inconsciente de largar tudo e fazer algo errado em algum ponto da vida;

– a extraordinária qualidade técnica dos seriados, pequenas obras-primas elaboradas sem pressa, resultado do investimento pesado das redes de TV a cabo como a HBO, que não dependem de anúncios;

– a excelente qualidade dos roteiros, resultado da atração para a TV da nata dos roteiristas de Hollywood, sufocados pela imposição de agradar ao público multifacetado do cinema, segundo regras de marketing.

braking_bad
“Diga meu nome.”

Mas, o determinante mesmo, como ele conclui, é a feliz oportunidade de se dar a veteranos roteiristas a oportunidade de exorcizar, eles mesmos, suas crises de meia-idade.

A história da maioria dos roteiristas das grandes séries é de sujeitos frustrados pelas regras comerciais dos estúdios de produção em massa, ambiciosos por fazer alguma coisa fora dos padrões no melhor ponto de suas vidas, produzir obras autorais e emprestar o melhor de suas frustrações na consolidação lenta de seus grandes personagens.

Visto assim, não é que sejam maus. São humanos e mexem com que o que de há mais fundo e imutável na raça.

Que a presidente da República entenda isso com Frank Underwood. E quem pretende escrever boas histórias mire na ideia de que, antes de serem bons ou maus, personagens e seus roteiristas têm que ter grandes motivos.

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Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

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