• Skip to main content
  • Pular para sidebar primária
  • Pular Rodapé

Ramiro Batista

Política, Comunicação e Escrita Criativa

  • MEUS ARTIGOS
    • POLÍTICA & PODER
    • MÍDIA e PODER
    • ESCRITA CRIATIVA
  • MEUS LIVROS
  • MEU SITE
  • MEU CONTATO

Tom Kane mostra os limites da força em Política

26 de junho de 2014 por Ramiro Batista Deixe um comentário

Kelsey Grammer - Divulgação
Kelsey Grammer, o prefeito Tom Kane, um King Lear sem caráter e sem limites para se manter no poder

A presidente Dilma Roussef trocou um ministro por 1 minuto e 15 segundos de propaganda eleitoral, para atender o PR, e me lembrou de Tom Kane, o prefeito de Chicago em Boss (O Chefe).

Não por que seja mau como pica-pau, mas por ultrapassar todos os limites para se manter no poder.

Perto dele, os grandes homens maus dos seriados americanos – Tony Soprano de Os Sopranos, Nucky Thompson de Boardwalk Empire, Walter White de Breaking Bad e Frank Underwood de House of Cards – são uns anjos.

Inspirado em King Lear, de Shakespeare, sobre o rei que enlouquece depois de traído pelas filhas, ele faz o diabo para eliminar adversários e atingir seus objetivos depois que se descobre com uma doença neurológica degenerativa.

King Lear sem caráter, Kane atropela os meios

É o caso de seus correlatos das outras séries, que chegam naquele ponto da meia idade em que se descobrem com pouco tempo de vida e precisam apressar o passo para fazer algo urgentemente que marque suas existências, mesmo, que para isso, precisem contornar limites éticos em que a troca de um ministro é café pequeno.

Diferente deles, porém, Kane não tem aquele resquício de generosidade que dá o tempero humano aos grandes personagens shakespeareanos que também inspiraram os demais.

Elimina adversários a fala ou a bala, mantém subordinados em regime de terror e não tem remorso de usar para seus fins sem meios o que para os outros anti-heróis é sagrado e preservável a qualquer custo: a família. Mesmo no mais grosso lodaçal político, a família é o único limite que os adversários não ousam atravessar.

É o que talvez explique o fracasso de audiência da série, cancelada depois da segunda temporada, apesar de boa repercussão dos críticos, por conta dos tantos elementos de superprodução – grandes atores (o protagonista Kelsey Grammer levou o Globo de Ouro 2012), trama eletrizante, diálogos contundentes e as sensualíssimas cenas de sexo inevitáveis em cada episódio.

É bem possível que o público não tenha tolerado, como eu, o momento crucial da trama em que, precisando reverter um processo incontornável de desmoralização, não se intimida de entregar o familiar mais íntimo para o cadafalso da opinião pública.

Farhad Safinia, o jovem criador da série, corroteirista de Apocalypito, de Mel Gibson, tentou justificar o exagero meio fracassado com o argumento de que se trata de uma criação livre, sem vínculos com a realidade.

Dilma não é Kane, mas namora a perda de limites

Faltou-lhe humildade para admitir pouca maturidade para construir um personagem grandioso em suas misérias, daqueles que sacrificam os meios por um objetivo mais nobre, nunca a família, que o público ama odiar por sua força que não passa de um máscara de sua fraqueza oculta.

Nem de longe comparar Dilma com o caldeirão de maldades desse Lear sem caráter, mas é inevitável lembrar que seu governo volta e meia namora com a perda de limites para atingir objetivos que não parecem mais claros do que a mera ampliação do poder e da manutenção de seus cargos.

E em que a exibição de força fora de hora para atender aliados, maior do que o necessário, mais expõe que esconde sua fraqueza.



Posts relacionados

  • House of Cards pode ser didático sobre o terreno pantanoso da políticaHouse of Cards pode ser didático sobre o terreno pantanoso da política
  • Pour Cent e o charme de desnudar astros reais em história semi-ficcionais
  • Black Mirror explora nosso medo do futuro da novas tecnologiasBlack Mirror explora nosso medo do perigo das novas tecnologias
  • Série The CrownCinco recursos de novela por trás do sucesso de The Crown
  • Por que The Crown me fez querer ser monarquistaPor que assistir The Crown me fez querer ser monarquista
  • Dois pontos de vista tornam história banal de The Affair em roteiro inquietante

Arquivado em: COMO LER, ESCRITA CRIATIVA, MARKETING POLÍTICO Marcados com as tags: escrever seriado, melhores roteiristas, melhores séries de TV, políticos e candidatos

Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

Reader Interactions

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sidebar primária

MAIS LIDOS

Gigante bobo e atrasado, Brasil deveria ter sido dividido em quatro

A Mente Moralista e sete desvantagens do discurso ideológico de Lula

Olavo de Carvalho de saias e à esquerda, Rita Von Hunty é estupenda

Comunicação ficou mais importante que arma e dinheiro para tomar o poder

Militância de direita se consolida e é principal adversário de Lula

Patrono da militância, Freire pode ter inspirado o anti senso crítico

Oratória e mente de Messias explicam poder hipnótico de Hitler

VEJA ARTIGOS DESDE 2010

MEU CANAL NO YOUTUBE

https://www.youtube.com/watch?v=UrQE4D29N3A

VEJA MAIS POSTS EM:

 Facebook Twitter LinkedIn Instagram

Footer

  • ESTE SITE
  • POLÍTICA DE PRIVACIDADE
  • LOJA DE LIVROS
  • MEU CONTATO

Copyright @ 2010-2020 - Ramiro Batista.