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Ramiro Batista

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Simone aparece e cresce com firmeza e visão de professora e mãe no JN

27 de agosto de 2022 por Ramiro Batista Deixe um comentário

Mais autêntica dos quatro candidatos na bancada, candidata superou fama de paisagem ao mostrar contundência, experiência e carisma, sem promessas mirabolantes 

No artigo em que se despediu de O Antagonista e pela segunda vez do jornalismo, Diogo Mainardi escreveu que iria passar o próximo ano tirando no sofá, tirando meleca do nariz, numa vida tipo Simone Tebet: “estreita, tediosa, supérflua e sem brilho”.

Ecoava certa impressão de jornalistas, analistas e grande parte do público diante do jeito meio anódino que passava nas entrevistas, contaminada de certo modo pela sua inviabilidade nas pesquisas. Era uma candidata nanica, sem futuro, parte da paisagem desolada da terceira via.

Mas foi o contrário disso que apareceu no Jornal Nacional nesta sexta-feira. Foi de longe a mais autêntica dos quatro que compareceram à bancada do canhão nacional, amplificada com o que faz grande diferença em campanha eleitoral: contundência, experiência e carisma.

Não centrou em nenhuma ideia mirabolante ou apenas grandiosa, não apelou aos instintos primitivos do eleitorado em agressões a seus concorrentes ou promessas milagreiras de acabar com a fome e as filas da saúde em passe de mágica.

Conteve-se em questões técnicas como pré-condição de mudanças estruturais, estimando efeitos futuros e de médio prazo em leis em andamento, reformas e abordagem política. Em linha com o jeito de não vender terreno na lua, repisou que tem consultoria de grandes economistas liberais. (Deveria ter dito os nomes.)

Sem deixar de bater em questões pontuais a serem enfrentadas com urgência, como o escândalo do orçamento secreto, e empacotar tudo numa visão de mãe e professora, com alto foco em crianças e adolescentes, de alta empatia.

— Não vamos fazer um governo de coalizão ou de cooptação, mas de conciliação.

Pelo porte, pela simples presença, por momentos de emoção genuína e o jeito meio mulher mesmo de dizer o que é preciso sem agressividade, pode ter sido a que melhor se comunicou com a dona de casa esperando a novela. (Deveria ter dito o nome da vice, também mulher, a psicanalista Mara Gabrilli, do PSDB.)

Bem aparelhada também de oratória, fez o minuto das considerações finais mais redondo da temporada. Diagnóstico da situação do país,  opção contra o passado e o presente representados por Lula e Bolsonaro (não citou os nomes), deu seu currículo, enfatizou o papel de mãe e professora e ainda pediu voto.

Foi beneficiada pelo fato de, como Ciro Gomes, não ter telhado de vidro a ser apedrejado, fora alguns maus índices do governo do seu estado nas áreas de educação e violência, a que serviu como vice-governadora, e onde, entretanto, como bem lembrou, não tinha caneta. 

E William Bonner e Renata Vasconcellos terem aprendido um pouco com a experiência dos três debates anteriores. Falaram menos (só 8 minutos contra 10 perante Lula e Ciro, 16 com Bolsonaro), foram mais contidos sem deixar de incisivos e contestadores em pontos chave.

Saiu muitíssimo maior do que entrou, com estatura para ter papel no mínimo relevante na campanha, algum peso nas negociações de segundo turno e futuro de candidata de peso em futuras eleições. 

Tanto que as poucas restrições à sua candidatura, conhecidas no mundo político e bem apontadas pelos entrevistadores, não dependem dela. As dificuldades de ter aglutinado apoios dentro do próprio partido, conhecido por sua fisiologia e seu parasitismo histórico a candidatos mais bem colocados nas pesquisas.

Ela disse que seu MDB não é mais fisiológico, lembrou seu alinhamento com luminares respeitáveis da agremiação e conseguiu sinalizar que não chegou onde está à toa, senão por alguma boa capacidade de articulação ou aglutinação.

Como de fato. Prefeita bem avaliada e reeleita de Estrela do Sul, no Mato Grosso do Sul, ganhou projeção para ser indicada e eleita vice-governadora e depois senadora por seu estado, de onde saltou para uma carreira nacional fulminante. 

Mesmo marinheira de primeira viagem, comandou a poderosa Comissão de Constituição e Justiça depois da especial de Violência Contra a Mulher. Quase foi eleita para a presidência do Senado — traída à última hora, não por acaso, por parte do próprio partido — e mostrou a que veio como membro da CPI da Pandemia.

Foi a única que restou do sonho da terceira via, mantendo a cabeça acima do pescoço num conglomerado de homens de vários partidos que foram se trucidando até a véspera das convenções. É bem surpreendente que tenha saído candidata de quatro grandes partidos, de boa capilaridade: MDB, PSBD, Cidadania e Podemos.

Está então suficientemente aparelhada para se sair melhor nos próximos embates e na propaganda eleitoral gratuita, onde tem o terceiro melhor tempo, com 2m20, depois de Lula e Bolsonaro, com 3m39 e 2m38.

Pelo exposto em noite muito favorável, convém que os dois se preocupem mais com ela do que com Ciro Gomes.

> Publicado no Estado de Minas, em 7/8/2022.

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Sobre Ramiro Batista

Sou escritor e jornalista formado em Letras e Literatura, Comunicação e Marketing, experiente em escrever, editar, publicar, engajar e promover pessoas e ideias. Compartilho tudo o que sei sobre o uso de ferramentas de comunicação para conquistar e manter poder.

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